quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Filhos, melhor tê-los! (Nansert)


Gosto quando as pessoas discordam de mim, não da discordância em si, nem daqueles que discordam só para serem “do contra”.
Acontece que quando alguém não concorda com algo, ela tem que argumentar e esses argumentos, na maioria das vezes, ficam soando em minha mente até que eu possa utilizá-los de alguma forma. Para mudar minha maneira de pensar ou para sustentar a idéia que eu estava defendendo.
O fato é: quando discutimos desencadeamos e somos forçados a refletir e reorganizar o que sabemos ou que achávamos que sabíamos, para podermos construir novos conhecimentos.
Obrigada a todos aqueles que discordam de mim, hoje especialmente devo agradecer ao Cristian e à Sandra, por me proporcionarem momentos de reflexão.
As crianças, os adolescentes de hoje não se contentam com respostas do tipo: “Por que não e ponto.” Ou “Por que não é para sua idade.”
A “Geração Microsoft”, que possui um acesso rápido e irrestrito às informações, necessita de explicações claras, com justificativas plausíveis.
Desta forma, educar desta ou daquela maneira, talvez (certamente) não é o mais importante, permitir ou proibir é uma questão de cultura, de maneiras diferentes de avaliar o mundo, ou como diria a Sandra, cada um conhece seu filho e sabe até onde pode deixá-lo ir ou quando deve segurá-lo. Começo a entender que a diferença está na maneira como delineamos, como moldamos o nosso “jeitão” de educar.
Explico....
Após uma conversa acalorada, como na maioria das vezes acontece, quando o assunto é filho, fui para a Pós, minha cabeça fervia, será que eu tinha razão, ou estou fazendo tudo errado?
Como as respostas nunca tardam, lá estava eu ouvindo minha querida professora Isabel Parolin falando sobre fronteiras relacionais, sobre educação de filhos e de alunos. Os pensamentos iam e vinham, se misturavam. Comprei seu livro e comecei a ler, tentar fazer ligações, construir algo, respostas, mas quando algo já havia sido respondido, surgiam novas perguntas, que me faziam refletir mais.
Realmente educar é uma arte, que se adquire na prática, caindo e levantando, mas se estiver permeada no amor, sempre dá certo.
Educar é mexer com a emoção, do educador e do aprendiz, só é possível aprender verdadeiramente quando se está envolvido, quando acreditamos que aquilo que está sendo transmitido é verdadeiro, representativo para nossa vida, ou seja, quando trabalhamos não só com a razão, mas com o coração.
Fácil, não???????
Não, definitivamente, não é fácil, mas se faz necessário, quando estamos comprometidos como nosso futuro e com o futuro daqueles que amamos (filhos, alunos).
Pois o limite entre construir uma fronteira relacional nítida e ter comportamentos rígidos, muitas vezes, é tênue e nos faz tender para um padrão rígido do “não e ponto”.
É essa reflexão que faço e que proponho, que tipo de educação temos oferecido, como temos praticado a arte de educar?
“É preciso ser para aprender. A aprendizagem significativa é fruto da “permissão de ser”, mais que isso, é fruto da sensação de ser. Estamos falando da maneira específica e natural de ser de cada um de nós, que se transforma a medida que interagimos significativamente com o mundo e com os outros.” (Furtado, Júlio César)

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