sábado, 1 de novembro de 2008

Q.I., Q.E., queeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, o quê?


Começo este texto tentando explicar e ao mesmo tempo entender alguns aspectos da inteligência humana.
Os testes de QI têm como objetivo medir o quociente de inteligência de pessoas na mesma faixa etária.
Eles surgiram a partir de vários fatores, dentre eles:
Necessidade de identificação dos retardados mentais;
Problemas apresentados na educação;
As crianças a serem adotadas;
Seleção e classificação de empregados.
Mas será mesmo possível medir a inteligência em números?
Que tipo de inteligência estamos falando?
Afinal, o que é ser inteligente?
Será que, na vida prática, podemos dizer que gênios, de QI elevadíssimo, têm mais sucesso, ganham melhor e acima de tudo podemos afirmar que são mais felizes?
Acredito que nem sempre. Dessa forma, temos que analisar outros aspectos, que não envolvem somente a capacidade de raciocínio lógico, mas devemos estar atentos a outras habilidades, que complementam (não excluem) a capacidade de pensar logicamente.
“O que é importante é o seguinte: o QI médio é um potencial, uma possibilidade mas , na verdade, o que a pessoa pode fazer com este número? Pode usar esse potencial para me envolver com as pessoas, para fazer coisas para as quais eu tenho habilidade ou se eu for uma pessoa doente, infeliz, eu vou tender a usar minhas habilidades contra mim. Então tem pessoas que insistem em fazer coisas para as quais ela não tem a menor vocação.” Fátima Vasconcelos - psiquiatra
Partindo de questionamentos e reflexões, como as citadas acima, passamos a analisar as pesquisas de Daniel Goleman, psicólogo e jornalista, que a partir de seus trabalhos científicos, identificou outro tipo de habilidade, a Inteligência Emocional.
Compreendendo que as organizações modernas valorizam justamente a capacidade dos indivíduos de agir cooperativamente, pensar em grupo e enfrentar situações novas, Goleman lança em 1995 seu livro sobre a teoria da Inteligência Emocional, a qual mapeia os aspectos inteligentes em cinco habilidades:
1. Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre. 2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação. 3. Auto-Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial para manter-se caminhando sempre em busca. 4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 5. Habilidade em relacionamentos interpessoais.
Antes mesmo da publicação do livro de Goleman, o psicólogo Howard Gardner da Universidade de Harward, nos Estados Unidos, propõe, através de seus estudos na neuropsicologia “uma visão pluralista da mente” ampliando o conceito de inteligência única para o de um feixe de capacidades.
Para ele a inteligência pode ser dividida em 8 diferentes competências (Lingüística, Lógico-Matemática, Corporal-Cinestésica, Espacial, Musical, Naturalista, Intrapessoal e Interpessoal) que se interpenetram, pois sempre envolvemos mais de uma habilidade na solução de problemas. Desta forma, todo educador deve entender o indivíduo em seu processo de aprendizagem.
Afinal, aprender algo não é simples, o conhecimento não é adquirido por osmose, tão pouco, podemos ingeri-lo e digeri-lo em uma sopa de letrinhas.
Sabemos que a receita da aprendizagem é complexa e exige uma série de esforços: resgate dos conhecimentos prévios, motivação, auto-estima elevada, andaimes preparados, construção e reconstrução, transpiração, assimilação, acomodação, transposição dos obstáculos da vida prática, utilização das estratégias da inteligência analítica, muita criatividade, entre tantos outros temperos cognitivos, afetivos e sociais.
Independente de possuir uma inteligência “na média”, infra ou altas habilidades, caberá aos educadores ter um olhar investigativo para o sujeito, analisando-o no todo, que inclui todos os sistemas inteligentes, mas entendendo-o como parte integrante de um componente maior que diz respeito a sua família, escola, vizinhos, enfim, os mais diversos convívios que acabam interferindo na aprendizagem.

Nenhum comentário: